Golpe da Imprensa?

24 de setembro de 2009

Bom, minha gente... Cabeça inchada ainda, goleada sofrida pro Goiás, 4 gols de um time verde e branco sobre o Coringão é difícil de engolir...

Então o negócio é achar algo para se entreter! E o que trago hoje pode ser uma simples teoria da conspiração! Mas quem disse que teorias da conspiração não podem ser verdadeiras?

Já faz algum tempo que a arbitragem de futebol vem sendo alvo de denúncias, de críticas ferozes, de comentários especializados. Não vai muito longe o tempo em que havia apenas o narrador, o comentarista geral e um ou dois repórteres de campo. Mas hoje está ganhando cada vez mais destaque o comentarista de arbitragem.

Por que será? Coincidentemente, a arbitragem passou a ser muito questionada. Hoje, muitas câmeras exclusivas e Arnaldos (César Coelho) de plantão depois, qual o árbitro que se salva?

Um pouco antes da Globo inventar essa moda, lembro-me de ouvir alguns narradores (principalmente Galvão Bueno e Luciano do Valle) comentarem o quanto seria bom se a arbitragem do futebol jogado com os pés copiasse o "bom" exemplo do football americano. Ou seja: Que os árbitros fossem ajudados em campo por recursos áudio-visuais (leia-se: "pelas câmeras de TV").

Aí, logo depois de começarem as atividades dos comentaristas esportivos, descobre-se um misterioso esquema de resultados, que elege como bode espiatório o senhor Edilson Pereira de Carvalho.

Não que essa prática não exista, ou nunca tenha existido no futebol. Árbitro é gente; e gente pode ser corrompida. É muita ingenuidade acreditar que as malas (pretas ou brancas) sejam enviadas somente para os clubes. Quem movimenta milhões por um jogador pode dar uns milhares por uma partida.

O que não estou entendendo é por que a imprensa quer colocar os árbitros em xeque. Desculpem se não acredito no aparente interesse da mídia em moralizar o futebol.

Só posso imaginar uma coisa: o que a grande mídia quer é pressionar a comissão de arbitragem para que esta "reconheça" a necessidade de equipar os árbitros com aparelhagem eletrônica cada vez mais sofisticada.

Hoje os árbitros já possuem o tal ponto eletrônico e o sistema de alerta que liga as bandeirinhas ao braço do árbitro principal. Mas não parece o suficiente para as redes de TV. Claro, elas querem que seja implantado o mesmo sistema do football americano, onde quem apita, de fato, são os canais de TV.

E isso vai além da Globo e da Band. Lembram da polêmica dos telões na Copa do Mundo? O futebol sempre foi um espetáculo. Mas não basta mais à mídia transmiti-lo; ela quer controlá-lo completamente.

Sendo a mídia a responsável pelas arbitragens, o campeão será o de menos. O principal será como arquitetar os espetáculos. Em vez de patrocinados, os clubes se tornarão patrocinadores. Ganhar o campeonato será uma questão de "quem pode pagar mais?".

Bem é verdade que isso já acontece. Dificilmente os clubes de menor poder aquisitivo ganham o campeonato brasileiro. Mas hoje os clubes investem mais em jogadores. Com o controle total da mídia, vai ser mais barato comprar um campeonato do que investir em jogadores cada vez mais valorizados.

À mídia caberá a arte de tornar a conquista verosssímil. Mas isso não será problema, já que ela é especialista em montar espetáculos fictícios, como novelas, filmes etc.

Pode-se ainda objetar, dizendo que o football americano tem uma fórmula que empolga multidões, que o esporte não perdeu a graça por causa dos recursos eletrônicos, blá, blá, blá... Mas tem algum clube pobre, ou popular, no esporte jogado com as mãos? Vão os pobres e descamisados torcer por seus clubes nos estádios do esporte elitista dos estadunidenses?

O football é tão elitista que não sai dos EUA. Pelo menos não oficialmente, pois sei de grupos que praticam o esporte aqui no Brasil. Têm até torneio e tudo mais. Mas não deixa de ser um hobby, pois não têm nenhuma expressão na mídia.

A consciência crítica exige que a gente se pergunte: "A quem isso interessa?" Ora, a quem interessa essa pressão à comissão de arbitragem? Posso estar criando aqui uma teoria da conspiração, como tantas outras teorias. Mas algumas já se mostraram verdadeiras. Será que vale a pena investigar essa também?

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