Violência: A culpa é de quem???

6 de outubro de 2008

Estamos de volta!!!

Após um período de luto (o sogro morreu) e -- apesar de tantas alegrias proporcionadas pelo Corinthians -- a falta “braba” de inspiração, estamos de volta, para falar de futebol, ou daquilo que cerca o assunto.

Esta semana assisti uma reportagem sobre violência nos estádios. A vítima da vez é o Vasco: Os torcedores invadiram o treino pra protestar.

Algumas imagens foram mostradas, também de outros incidentes, até que o comentarista parou nas imagens do treino do Bahia e parabenizou os jogadores por revidarem às agressões.

Então vamos lá... Em primeiro lugar, por que a violência?

Os “especialistas” do futebol chamam os agressores de vândalos, vagabundos, gente desocupada etc., admitindo que estes possuem vida além do mundo esportivo.

Entretanto -- e contraditoriamente -- teimam em criar um mundo paralelo, negando que as possíveis causas para a violência sejam externas, como por exemplo o descarrego de frustrações pessoais. Dizem que esta atitude faz parte, é uma parte “ruim” da cultura do futebol.

Num esforço de não misturar o inseparável (política e futebol), evitam o termo “desempregados”, que é o que os agressores são.

E estar desempregado é só a ponta do iceberg... Muitos não têm estudo, não têm moradia própria, são escravos de algum vício e/ou perderam a dignidade na primeira noite de cadeia.

Olhando por esse lado, são um bando de marginais, certamente... Mas será que eles sonharam ser assim?

Mesmo sendo um bando de marginais, é de se perguntar: Por que estão desempregados? Por que estão desocupados? Por que procuram meios ilícitos para sustentar seu vício? Será que é simplesmente porque querem? Será que foi sempre assim? Será que já nasceram marginais?

É fácil jogar a culpa pra cima deles. Mas será que a nossa sociedade é justa? Será que, trabalhando honestamente, a gente pode ter o que quiser? Se não temos tudo o que queremos, somos desonestos?

Quanto mais cresce a violência em determinado grupo, cultura, sociedade etc., mais fortes os indícios de que algo ali não vai bem.

Uma cidade muito violenta pode ser fruto de uma cultura onde quem pode mais chora menos. E quem chora mais normalmente dorme com os olhos inchados e a barriga vazia.

Quando uma pessoa não consegue resolver seus problemas com as próprias mãos, uma arma pode lhe dar mais coragem. Alguns amigos, em minha infância, diziam que, se eu não pudesse com alguém à mão livre, o remédio era pegar paus, pedras e o que mais estivesse às mãos. E eu achava isso tão sábio...

Quanto mais difícil conseguir as coisas pelos meios legais, lícitos, maior o incentivo para o meio “mais fácil”, o famoso “jeitinho brasileiro”.

Vejam esta piadinha: A menina chega pra mãe e pergunta o que ela deveria fazer pra ter um “passarinho” igual ao do Joãozinho. A mãe responde: “Se você se comportar, poderá ter um até melhor que o dele... Mas, se não se comportar, poderá ter quantos quiser!”

A norma é infringir as regras. E por quê? Porque as regras beneficiam quem pode mais. E, se você está do lado de quem pode menos e não consegue vencer quem pode mais, uma saída é cortar os pulsos.

Como essa normalmente é a última alternativa, o jeito é transferir nossas esperanças para outro espaço, como o esporte, por exemplo.

Se eu não venço na vida pessoal, nada como torcer para que o meu time seja campeão. E, se não for pedir demais, que ele humilhe os adversários.

Ora, quando o meu time dá vexame, eu me lembro que sou uma pessoa frustrada. E pior... Dou um duro danado pra sobreviver (mesmo que seja através de meios “ilícitos”), enquanto o jogador “X”, que ganha quinhentas vezes o meu ordenado, não entra em dividida? Aí não, né ô!?!

É errado sair agredindo os outros? Mesmo que seja pra se defender (caso dos jogadores do Bahia)? Também acho!!! Mas será mais ou menos errado ter demais enquanto outros têm de menos? O que você acha???

Discutir (FUTEBOL, POLÍTICA E RELIGIÃO) ou não: Eis a questão!!!

12 de julho de 2008

Puxa... Atrasei umas semaninhas para postar e já tá cheio de gente me cobrando!? Quem dera fosse pela qualidade dos meus textos... Mas o futebol é assim mesmo!

Tá bom, pessoal...

VIVA O SPORT, CAMPEÃO DA COPA BR – 2008, COM TODOS OS MÉRITOS!

Digo isso sem mágoa!!! Futebol é um jogo: ganhar ou perder faz parte!

É claro que meu coração corintiano ficou triste com a derrota... Mas o esporte, quando tratado como espetáculo, traz emoções que devem ser curtidas como num filme, ou qualquer outro entretenimento.

Bom... Talvez nem tanto assim... Tá, eu exagerei... Num filme, a identificação com os personagens e a trama é bem menos apaixonante e ilusória do que no futebol.

Sim, a identidade com o clube e os jogadores de futebol é tão apaixonante quanto ilusória!

Para a maioria dos torcedores, quando o clube perde é o torcedor que perde; e quando vence, o sentimento individual de superioridade explode no ar.

Sei lá eu se somos um povo tão sofrido assim... Mas a realidade é que nada nos ajuda a projetar nossas alegrias, frustrações e esperanças tanto quanto o futebol.

É uma válvula de escape tão grande, capaz de nos trazer sentimentos de impotência, ou de grandeza, tão elevados, que tem até gente se sentindo profeta, iluminado, num claro exemplo do quanto necessitamos ser importantes, a ponto de ter contato direto com o Todo-Poderoso (apelido colocado, inclusive, no meu glorioso Timão).

Carlinhos Bala, por exemplo -- e isso é bem mais difícil de engolir do que a perda do título: Antes e depois do jogo, esse “palhacinho de Cristo” veio a público dizer que Deus havia garantido a ele, pessoalmente, que o título estava destinado ao Sport.

Coitado de Deus, gente... Aprendi desde criança que chamar o nome de Deus em vão era ficar por aí, verbalizando o nome d’Ele por qualquer coisinha.

Uma vez quase apanhei porque tinha se tornado freqüente eu usar uma velha expressão, para iniciar frases de espanto: “Meu Deus!!!”

Mas eu cresci! E percebi que tem muito mais força de pecado matar em nome de Deus, ou usar Deus para tirar qualquer tipo de vantagem.

Se Deus está a favor do Sport, ou especificamente do senhor Carlinhos Bala, por que então o time está com essa campanha ridícula na série “A”?

Os defensores do Carlinhos podem dizer: “Ah, agora é a vez de outro ganhar...” Mas então torcer é uma palhaçada? Se Deus decide quem ganha ou perde, pra quê perder nosso tempo? O grito de 70.000 torcedores nada pode contra a Vontade do Ómi! Ou pode!?

Meu Deus (essa foi de propósito, hehehehe...)!!! Tanta gente morrendo de fome, sendo explorada por ser analfabeta, ingênua, inocente de coração -- às vezes pelos próprios pastores das igrejas -- e um “palhacinho”, talvez impressionado por tantos holofotes e microfones, diz que o próprio Deus (intermediários não serviriam neste caso, pois isso é coisa pra gente menos importante) veio lhe dizer, tét-a-tét, quem será o próximo campeão, ou qual o número da loteria?

Só mesmo tendo uma estima muito baixa: “Ah, se ninguém dá bola pra mim, não faz mal... Tô bem relacionado com o Cara-Lá-De-Cima...”

Bom... Pensando por esse lado, nada tenho a recriminar neste pobre coitado... Como diria Jesus, mais mal fizeram os que lhe surrupiaram a estima e a dignidade.

Mas é triste pensar que o futebol serve também como ópio do povo, a exemplo do que Marx afirmava da Igreja.

É, gente... Futebol, política e religião... Dizem que não se discute... Será???

Brasil x Venezuela

7 de junho de 2008

Bem, amigos da Rede Globo...

Quando assistir um jogo pela "plim-plim" é inevitável, o negócio é rir com o Bufão Bueno.

Vejamos o caso da histórica derrota do Brasil, ontem.

O jogo mal começa e tá lá: 1 a 0 Venezuela.

Começam, então, as pérolas do Galvão:

-- O Brasil nunca esteve atrás no marcador, em jogos contra a... Goooooooooooollllllllllllll da Venezuela!

-- Bom... Mas o Brasil nunca sofreu mais de um gol no mesmo jogo contra a... Goooooooooooollllllllllllll da Venezuela!

-- Tudo bem, tudo bem... mas o Brasil nunca ficou um jogo sem marcar contra a...
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Engraçado, né!?! Mas o mais engraçado estava por vir...

Disse o Bufão que o Brasil sempre teve uma constelação de craques que desequilibravam os jogos. Mas que agora ele, Galvão, só via 4 craques, na Seleção atual:

Kaká, Ronaldinho (o gaúcho), Robinho e -- pasmem!!! -- Júlio César, o "grande responsável" pelo título italiano da Inter.

Essa foi muito mais engraçada, não foi!?! Alguém aí, mais esclarecido, pode nos informar qual a relação do Júlio César com o Galvão? Que eu saiba, não há parentesco entre eles... há???

O que aconteceu com o Gomes? Não precisa chamar o Felipe... Tem o Diego Cavallieri, o Fábio (ex-Cruzeiro), o Bruno (é Mengão também, não é!?!), o Luís Henrique (também é carioca)...

Tem também o Aranha (ex-Ponte)... Até o Fábio Costa quebrava o galho... Mas Doni (que não deixou nenhuma saudade no Corinthians) e Júlio César (cujo talento é namorar famosas beldades) a gente não merece! Merece???

E Deus disse: "Faça-se a Luz..."

E aí era um lindo 10 de dezembro de 1910.

E o Timão se fez; e Deus viu que era muito bom!!!

Mas, falando sério... Quem está acostumado a me ver escrevendo sobre religião, vai achar bem mais leves os textos deste blog.

Não que seja melhor ou pior escrever sobre isso ou aquilo... A intenção é deixar falar um pouco mais o corintiano que mora aqui neste peito meu, pois sinto necessidade de falar sobre outros assuntos também. Afinal, não vivo só de religião.

Dizem que a maior experiência de Deus vivida pelo povo de Israel aconteceu no Exílio.

Com o Corinthians parece ser assim mesmo. Depois de uma fila de 22 anos, 8 meses e 7 dias, o gol solitário de Basílio abriu as portas para o Timão se tornar o maior campeão paulista e um dos clubes mais vitoriosos do país.

Ano passado, porém, o Glorioso foi novamente ao chão.

Todos os grandes clubes, indo à série B, demoraram um bom tempo para se reerguer. Mas até nisso o Corinthians é diferente.

A série B lhe fez muito bem!!!
(e, a propósito, hoje atropelamos o Barueri com o nosso time reserva: 4 a 1)

Tão bem que eu, já desanimado pelo caráter alienante do futebol -- uma atração tão apaixonante que infelizmente é usada para manter o povo controlado -- fiquei novamente empolgado, a ponto de querer escrever exclusivamente sobre o assunto.

Escreverei sobre o futebol em geral, mas faço-o tomando partido: sou corintiano! Isso porque entendo que quem fala sobre o assunto sem torcer não entende nada do esporte.

Escolhi o título "Corintiano Graças a Deus" em referência ao livro de Dom Paulo Evaristo Arns, um livro que todos os amantes do futebol deveriam ler, independente do clube de coração.

A proposta, aqui, é escrever sem alienação. Descontrair quase sempre, mas sem deixar que o espetáculo seja usado para nos aprisionar.

Como diz a torcida, somos um bando de loucos. Loucos sim, mas não burros! Escpecialmente nós corintianos que, apesar de Dom Arns, Toquinho, Lula e Ayrton Senna, somos tachados de analfabetos, favelados e marginais.

Você que quer falar de futebol com paixão, sofrimento (característica que define o corintiano), mas também com conteúdo, entre, sente-se, paticipe, fique à vontade!

A casa é sua e a Copa do Brasil é nossa!!!